Evolução

          O termo evolução vem do Latim evolvere, que significa “desenvolver” ou “desenrolar”. De forma geral, evolução significa “mudanças”. Evolução biológica são mudanças observadas nas características herdáveis (via material genético) em populações de organismos, ao longo de gerações. O estudo da evolução teve início na teoria proposta pelo naturalista francês Jean Baptiste de Lamarck, com a lei do uso e desuso dos órgãos e lei da transmissão de caracteres adquiridos, em conjunto conhecidas como Lamarckismo. O naturalista britânico Charles Robert Darwin, propôs uma teoria da evolução baseada no princípio de seleção natural, que possuía um conjunto de ideias conhecidas como Darwinismo. Tal proposta foi a base da moderna teoria evolutiva e teoria sintética da evolução ou Neodarwinista. A teoria sintética da evolução foi formulada na década de 1940, por vários cientistas, unindo principalmente as ideias de Darwin às do botânico Gregor Mendel, entre outros. A teoria sintética da evolução apresenta alguns fatores evolutivos como mutação, recombinação gênica, deriva genética, seleção natural e migração, como principais processos que resultariam em evolução biológica.
        É através da biologia evolutiva que cientistas buscam informações para ajudar a entender o mundo ao nosso redor e o que se modificou ao longo de bilhões de anos desde, quando o primeiro organismo surgiu. Nesse estudo, há inclusive a contribuição de Paleontólogos, que através da análise de fósseis evidenciam mudanças morfológicas se estabelecendo em determinadas linhagens ao longo do tempo geológico.
     A seleção natural é um dos principais fatores evolutivos que atua nas variações das características dos indivíduos de uma população. A seleção natural está ligada às alterações adaptativas dos indivíduos de acordo com o ambiente, permitindo que tenham uma taxa de sobrevivência e reprodução diferenciada de outros indivíduos da mesma espécie. O estudo dos fósseis permite visualizar tais adaptações e relacioná-las ao ambiente em que viviam, sendo aplicável desde organismos já extintos até a evolução e adaptação de linhagens atuais.
        Um exemplo que podemos citar é o estudo de fósseis de baleias, que são animais mamíferos aquáticos, e, assim como outros mamíferos, respiram ar atmosférico através dos pulmões e possuem outras características que indicam terem evoluído de ancestrais que vivam em terra. Tal teoria se sustenta, além de outras evidências, através de estudos de registros fossilíferos de animais, como Ambulocetus e Pakicetus, já extintos, que possuíam características identificadas atualmente em baleias, como anatomia do ouvido interno, membros iguais ao de mamíferos terrestres e outras características que indicam que esses animais já eram baleias, mas possuíam hábitos anfíbios, vivendo tanto em terra quando dentro da água. As imagens abaixo são representações de como eram os Ambulocetus e Pakicetus, respectivamente. Uma das explicações para a origem de tais mudanças é que as espécies terrestres com adaptações que permitissem explorar recursos dentro da água seriam selecionadas naturalmente, pela ausência de competidores nesse novo ambiente, exemplificando assim um caso de seleção natural.

Fonte: Site BBC.
Fonte: Site American Museum of Natural History.
          
         Em contraposição à seleção natural, temos a deriva genética através da qual também se observa mudança nas características de populações descendentes, mas sem uma relação direta de indivíduos melhores adaptados ao ambiente. A mudança, por deriva, acontece aleatoriamente, propagando uma característica que não seja necessariamente a melhor, mas que se estabeleceu acidentalmente, ou por sorte, na população. Nos registros fósseis, as extinções em massa podem exemplificar processos de deriva genética, mostrando que aqueles que sobreviveram não necessariamente eram os mais adaptados, mas estavam em regiões menos afetadas pela catástrofe. Assim, as características dos indivíduos sobreviventes vão se perpetuar e estabelecer, a partir desses novos fundadores, o perfil da nova população.
Saiba mais:
15 exemplos da evolução pela seleção natural:
Curiosidades
Pesquisadores descobrem fósseis de baleias de 40 milhões de anos no Egito.
https://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/efe/2015/06/02/pesquisadores-descobrem-fosseis-de-baleias-de-40-milhoes-de-anos-no-egito.htm
Estudo sobre o maior macaco da história pode ajudar a entender a evolução.
https://exame.abril.com.br/ciencia/o-que-a-ciencia-ja-descobriu-sobre-o-maior-macaco-que-ja-existiu/
Nova simulação mostra em detalhes a evolução do Universo
https://olhardigital.com.br/noticia/nova-simulacao-mostra-em-detalhes-a-evolucao-do-universo-veja-o-video/92930

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
COLLEY, E. & FISCHER, M.S. Especiação e seus mecanismos: histórico conceitual e avanços recentes. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v.20, n.4, out.-dez. 2013, p.1671-1694. Disponível em:http://www.scielo.br/pdf/hcsm/v20n4/0104-5970-hcsm-20-04-01671.pdf. Acesso em: 14 de Mar. 2017.
FUTUYMA, D. J. Biologia Evolutiva. 2 ed. Ribeirão Preto: Sociedade Brasileira de Genética, 1993. p. 3 – 16.
IANNUZZI, R. & SOARES, M.B. 2010. Teorias Evolutivas. In: CARVALHO, I.S. (ed.) Paleontologia: Conceitos e métodos. 3ª ed. Rio de Janeiro, Interciência, v.1, p. 139-162.
MENDES, J. C. Paleontologia Básica. São Paulo, T.A. Queiroz: Editora da Universidade de São Paulo, 1988. v.13, p. 119 – 163.

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