Adaptações

       Adaptação é quando se observa em uma população de organismos, ao longo das gerações, o aparecimento de características que permitam uma exploração diferenciada do ambiente. As adaptações são consideradas como resultado dos processos de seleção natural, favorecendo os indivíduos de maior aptidão. Aqueles sem adaptações ao habitat podem sair em desvantagem ao obter recursos do ambiente sobrevivendo por menos tempo do que aqueles com maior aptidão.
        Através do estudo dos fósseis e comparando com indivíduos atuais é possível compreender as alterações sofridas pelas espécies ao longo dos séculos. Um exemplo que podemos citar é a adaptação das aves que através do estudo dos fósseis encontrados mostram serem descendentes dos répteis arcossauros. O fóssil mais antigo do grupo foi descoberto em 1860 na Alemanha, o Archaeopteryx lithographica. Fósseis dessa espécie possuíam algumas características ancestrais, como dentes, dedos com garras e uma cauda longa. Por outro lado, esses mesmo fósseis possuíam características avançadas como a das aves atuais, tal como, asas, penas e ossos peitorais apropriados para o voo. As imagens abaixo são do registro fóssil encontrado do Archaeopteryx e uma representação de como seria esse animal em vida.

Fonte: Site Australian Museum.

Fonte: Site Extinct animals.
          Com o passar das gerações as aves descendentes apresentavam novas adaptações relacionadas ao voo, como membros anteriores modificados em asas, presença de penas, cauda curta coberta por um leque de penas, redução do peso e estrutura óssea mais leve formada por osso pneumatizados, ou seja, ocos por dentro. Na imagem a seguir é possível observar as similaridades das estruturas ósseas de um dinossauro primitivo (a), um Archaeopteryx, que tinha os ossos do membro anterior alongado (b) e a estrutura óssea de uma ave atual (c).


Fonte: Livro A vida dos vertebrados.
       Outro exemplo de adaptação evidenciada através de registros fósseis, é a dos vertebrados tetrápodes, datados do final do Devoniano há 360 milhões de anos, que passaram por alterações que possibilitou a saída do ambiente aquático para o ambiente terrestre. O ambiente terrestre apresentava algumas barreiras, que os tetrápodes terrestres conseguiram superar pelas adaptações presentes em sua fisiologia e estrutura corporal. As duas principais características desenvolvidas para facilitar a vida em terra firme foram os pulmões e os membros locomotores, além de mudanças na forma de reprodução, locomoção, obtenção de alimento, redução da perda de água pela pele, etc. Na imagem a seguir temos uma representação da evolução gradual de algumas alterações morfológicas dos tetrápodes.


Fonte: Scienific American Brasil, Janeiro/2006.
Quer saber mais:
Evolução do voo

Curiosidades:

Cauda de dinossauro com penas é encontrada intacta em pedaço de âmbar.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
FUTUYMA, D. J. Biologia Evolutiva. 2 ed. Ribeirão Preto: Sociedade Brasileira de Genética, 1993. p.338-364.
POUGH, F.H.; JANIS, C.M.; HEISER, J.B. A Vida dos Vertebrados. 4 ed. Atheneu, São Paulo, 2008. p. 196-218, 421-432.

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