Os
fósseis são restos ou vestígios de animais, plantas ou qualquer outro organismo
vivo, por exemplo, bactérias, que viveram no passado e estão preservados em
rochas sedimentares. Os fósseis podem ser classificados em dois tipos: 1) resto, quando alguma parte do ser vivo é preservada na rocha (ex.: figura a); e, 2) vestígios, quando apenas evidências indiretas dos seres vivos ficam preservadas (ex.: figura b).
Figura a: Exemplos de fóssil tipo resto – a1
vértebra de mosassauro (6 cm); a2 concha de amonoide (4 cm); a3 dente de
tubarão (1,5 cm).
Fonte: Acervo Laboratório de Paleontologia UFS. |
Processos de formação de um fóssil:
Sem alteração dos restos
Incrustação:
Após a morte do animal a parte orgânica decompõe e desaparece ficando apenas as
partes mais duras, como conchas e ossos, que são incrustados por carbonato de
cálcio. Substâncias transportadas pela água cristalizam-se na superfície da
estrutura, revestindo-a por completo, preservando a parte dura do animal. A
imagem a seguir representa um exemplo de incrustação, comparando uma concha de
gastrópode sem alteração com uma concha totalmente incrustada.
Fonte: Site Desvendando fósseis. |
Permineralização:
ocorre quando um mineral, carbonato de cálcio ou sílica, preenche os poros,
canalículos ou cavidades internas existentes nos organismos permitindo a
preservação da estrutura original. Ossos e troncos de árvores por serem muito
porosos são mais vulneráveis a esse tipo de preservação. Um exemplo, também comum, podemos perceber na imagem a seguir,
onde as câmaras do amonoide estão preenchidas por substâncias minerais.
Fonte: Site Jornal
Livre.
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Concreção: durante a decomposição de um organismo são liberados alguns
compostos que atraem outros elementos químicos, esses elementos ficam aderidos
ao organismo envolvendo - o em nódulos. A imagem abaixo representa um peixe
fóssil preservado na rocha envolvido por um nódulo. Pode-se dizer que o nódulo seria
uma rocha com formato globoso.
Fonte: Acervo Laboratório de Paleontologia UFS (50 cm). |
Com alteração dos restos
Recristalização: nesse
processo ocorrem modificações na estrutura cristalina do mineral original com
destruição de microestruturas, porém não há alteração da composição química
original, em alguns casos ocorre mudança de um mineral para outro, por exemplo,
uma concha composta por moléculas de carbonato de cálcio (ex. aragonita) pode
sofrer modificações e essas moléculas se transformarem em outro tipo de
carbonato de cálcio (ex. calcita).
Concha de gastrópode recristalizada (A- pequena porção de concha
original de aragonita, B- recristalizada em calcita). Fonte: Site Detetives do passado. |
Carbonificação:
Também conhecido como incarbonização, esse processo é mais comum em vegetais. Na
medida em que as camadas de sedimento vão cobrindo o resto orgânico, a pressão
que a rocha faz sobre o vegetal leva à perda gradual de elementos como, oxigênio,
hidrogênio e nitrogênio que são liberados por causa da pressão ficando apenas
uma película de carbono do organismo. A imagem a seguir representa um exemplo
de carbonificação. Na rocha é possível perceber marcas de folhas com uma
coloração mais escura característica da presença do carbono.
Substituição: todo o material que constituiu o fóssil é substituído por
outras substâncias, perdendo completamente sua composição química original, mas
mantendo a forma. Por exemplo, o carbonato de cálcio que constitui as conchas
pode ser substituído por sílica ou por outro tipo de mineral como a pirita. Na
imagem abaixo temos outro exemplo de substituição, nesse caso, troncos de
árvores tiveram a celulose totalmente substituída por sílica, dando um aspeto
de troncos petrificados.
Fonte: Acervo Laboratório de Paleontologia
UFS (21 cm e 17 cm).
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Preservação
Total
Mumificação: ocorre quando o ser
vivo fica aprisionado em gelo ou passa por um processo de dessecamento no
deserto o que possibilita conservação das partes moles do organismo. Alguns
fósseis de preguiça com partes moles preservadas por dissecação foram
encontrados em terrenos pleistocênicos da Patagônia. Na imagem abaixo temos um
exemplo de mumificação por gelo, um filhote de mamute encontrado na Sibéria.
Fonte: Site Natural
History Museum.
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Âmbar: é uma resina orgânica produzida por algumas árvores do grupo das
coníferas ou das angiospermas. Estas resinas se endurecem rapidamente quando em
contato com o ar. A liberação dessa resina é consequência de algum ferimento na
casca da árvore, que ao escorrer pode aprisionar alguns pequenos organismos, geralmente
insetos ou pequenos vertebrados. A resina então se cristaliza por ação de
alguns fenômenos da natureza como exposição a raios solares, oxidação e
soterramento, dando origem ao âmbar. O âmbar é conhecido por ser citado no
filme Jurrasic Park, na cena, os cientistas extraíam DNA de dinossauros a
partir de insetos que foram presos nessa resina ficando fossilizados. Apesar de
haverem fósseis de insetos aprisionados em âmbar, não se conseguiu, até o
momento, extrair DNA de seres tão antigos quanto à idade dos dinossauros (ex.,
70 Ma).
Aranha
preservada em âmbar.
Fonte: Site Ciência
Hoje. |
Quer saber
mais:
Processos e tipos de
fossilização.
Curiosidade:
Paleontólogo suspeita que um dinossauro teria deixado pegadas fósseis em MS.
http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2011/07/paleontologo-quer-apontar-animal-que-teria-deixado-pegadas-fosseis-em-ms.html
Paleontólogo suspeita que um dinossauro teria deixado pegadas fósseis em MS.
http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2011/07/paleontologo-quer-apontar-animal-que-teria-deixado-pegadas-fosseis-em-ms.html
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
CASSAB,
R.C.T. 2010. Objetivos e Princípios. In: CARVALHO, I.S. (ed.)
Paleontologia: Conceitos e métodos. 3ª ed. Rio de Janeiro, Interciência, v.1,
p. 3-11.
MEDEIROS, M.A. 2010 Fossildiagênese. In: CARVALHO, I.S. (ed.) Paleontologia: Conceitos e métodos. 3ª ed. Rio de Janeiro, Interciência, v.1, p. 65-77.
MEDEIROS, M.A. 2010 Fossildiagênese. In: CARVALHO, I.S. (ed.) Paleontologia: Conceitos e métodos. 3ª ed. Rio de Janeiro, Interciência, v.1, p. 65-77.
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